Nesse momento, além de lágrimas nos olhos, temos em nosso peito um forte sentimento de orfandade, de perda e de ausência.
Mas, apesar da dor que sentimos, deve confortar-nos a certeza de que o regresso do Padre Celso à casa do Pai é a conclusão de sua jornada missionária aqui na terra. A mesma jornada que estamos fazendo e será concluída quando estivermos todos juntos na casa paterna.
A certeza de nossa fé é que com o Pai os filhos se encontrarão.
Onde estiver, Padre Celso continuará sendo um pai para seu povo, o verdadeiro Bom Pastor que guia e que deixa entre nós os seus exemplos de uma vida vivida na simplicidade do temor de Deus e na dedicação absoluta às criaturas humanas, a exemplo de Maria Santíssima.
Padre Celso deixa entre nós o idealismo daqueles que querem construir o Reino de Deus aqui na terra, sendo capaz de olhar para as necessidades do seu povo com olhar profético: denunciando a realidade vivida pelos mais frágeis e ao mesmo tempo anunciando ações capazes de minimizar as suas angústias e sofrimentos. Foi assim em cada obra que o Padre Celso pensou, projetou, executou, acompanhou e colocou a marca de sua destemida dedicação. Foi isso que fez nas Obras Sociais, na Coopnoroeste, no Sicredi, na Faculdade Católica, na Escola Anchieta, na Rádio Arco-Iris, no Mosteiro Nossa Senhora das Alegrias …
Todo nós que conhecemos Padre Celso somos construídos pelo seu exemplo de reflexão e de ação, tão próprio do seu espírito missionário que espalhou a boa nova para toda a comunidade e região, sem distinção. Somos inspirados pelo seu idealismo e na sua capacidade de empreender e fazer as coisas acontecerem seja na Itália de onde veio, seja no Espírito Santo, onde primeiramente esteve, seja na Gleba Paixão - terra que ajudou – INCANSAVELMENTE - a construir e a transformar na Araputanga que temos hoje.
- Padre Celso, sabemos que nos escuta e sabe da tristeza encerrada em cada coração aqui presente. Dai-nos a sabedoria de viver nossa tristeza como uma oportunidade de refletirmos nossas ações e de nos tornarmos melhores pessoas, mais sensíveis à dor do outro. Que sejamos mais parecidos com a Virgem de Fátima, a mãe que nos ampara a todo momento e a quem sabemos que dedicou uma especial devoção de filho, filho do coração de Maria.
Cada vez que o sino da Matriz soar para nos dar a entender que o tempo não volta, que a vida é um sopro e devemos vivê-la numa profunda comunhão fraterna como seres humanos, nós nos lembraremos do Padre Celso. Que todas a badaladas nos façam sentir sua presença serena e marcante em nosso meio, cheia de acolhimento e da defesa intransigente dos valores cristãos, pleno da ternura e repleta da força do compromisso evangélico a quem o Espírito Santo de Deus inspira.
Padre Celso não passará por nós, ele permanecerá nas marcas que deixou em nossas almas, nos projetos que realizou em resposta às necessidades do povo da região, nos espinhos que superou para fazer o que era preciso ser feito e, sobretudo, na sua forma doce e firme de levar a salvação. Hoje, habitante da casa do Pai, estamos certos que o Padre Celso não vai só. Ele deixa muito de si e levará consigo um pouco de cada um e nós.
Padre Celso
Rogai por nós.
