Dom Antonio Emidio Vilar, bispo diocesano.
Com o Domingos de Ramos ou da Paixão começamos a celebração da Semana Santa, a semana maior da nossa fé cristã. Enquanto o povo aclama com os ramos e cânticos ‘Hosana ao Filho de Davi e Rei de Israel’, por outro lado acontece o julgamento do mundo que condena o Senhor. A Semana Santa celebra a paixão, morte e ressurreição de Cristo. A Cruz, para o cristão, não é mais sinal de morte, mas de vida. A Cruz é a árvore da vida. Seguindo os passos de Jesus, compreendemos que a vida humana em Cristo vence a dor e a morte, e se torna testemunha da vida e da ressurreição. A Paixão de Cristo continua hoje no centro da religiosidade popular. O povo sofredor se identifica mais com a Sexta feira da Paixão do que com o Domingo da ressurreição. O povo se identifica com o Crucificado e usa imagens, gestos, cantos e orações que expressam a sua espiritualidade pascal. A Cruz é o sinal maior: São Paulo dirá que o cristão é de mil maneiras oprimido, mas não abatido; atribulado, mas não desconcertado; perseguido, mas não abandonado; abatido, mas não aniquilado; castigado, mas não morto; triste, mas se alegra; pobre, mas a muitos enriquece; nada tendo, mas tudo possuindo." (2 Cor 4,8-9; 6,9) Há três modos populares de celebrar a Semana Santa: 1. Sacramental: a celebração do Tríduo Pascal nas comunidades e paróquias; 2. Dramatizações: a procissão no Domingo de Ramos ou da Paixão, o lava-pés da Quinta feira santa, a adoração da cruz, da Sexta-feira santa, e o lucernário pascal, na Vigília do Domingo da ressurreição. 3. Religiosidade popular: os atos piedosos da devoção popular da agonia de Jesus, a hora santa, o sermão das sete palavras, a via sacra, as representações teatrais da paixão e as procissões de semana santa. Tais devoções ajudam a professar a fé e seguir a Cruz de Cristo diante do mal, do pecado próprio e do mundo. Ao centro está o exemplo de Cristo, o Senhor que se faz Servo por nosso amor e nossa salvação. Em Cristo, morto e ressuscitado, temos a esperança de que, esmagado pelos sofrimentos, seremos libertados. A Semana Santa é o maior "retiro" do ano. O silêncio da paixão e morte vem fortalecer a fé, o amor e a esperança e nos ajuda a responder às perguntas fundamentais da vida humana: - Qual o sentido da vida? - Como explicar tanto sofrimento? - Onde buscar esperanças? Durante a Semana Santa vamos refletir sobre a Paixão de Cristo. Assim, poderemos fazer nascer, cada dia, em nossos corações a luz e a esperança que na grande vigília pascal brilhará para todo o mundo: Cristo Ressuscitou! Ele é a nossa Paz! Ele é a alegria da humanidade. Desejo a todos uma Santa Páscoa, cheia das graças e bênçãos de Deus!